22 de dez. de 2013

2013: o ano interminável

Quero começar o ano na praia de novo
Foto: Fábio De Nittis

O blog está abandonado, a periodicidade de posts passou longe e nem sei se ele vai continuar (mas vou voltar a escrever, mas provavelmente em um blog mais direcionado para um tema). Mas todo fim de ano gosto de escrever sobre o ano e compartilhar, ainda que seja algo tão meu. Porque a retrospectiva dos 20 melhores momentos do ano no Facebook é insuficiente, escrever me ajuda a organizar pensamentos e publicar... ah, eu quero e pronto.

Sabe aquela sensação de que o ano voou e "esses dias mesmo a gente estava comemorando o Réveillon passado"? Pra mim foi tudo o que NÃO aconteceu. Pela primeira vez na vida, achei que um ano passou lentamente. Ando dizendo que o ano levou cinco anos para passar. Acho que foi a expectativa para o futuro e uma quantidade infinita de coisas que aconteceram que fizeram com que 2013 se arrastasse. E isso não significa que o ano foi ruim, não. Pelo contrário, aliás. Foi um ano bom, embora muitas vezes tenha me testado a paciência.

Analisando mês a mês, lembro do Réveillon a beira mar, pulando sete ondinhas, agradecendo aos céus pelo ano passado ter sido ótimo. Entrei 2013 esperando um ano mais do mesmo, mas que ia me requerer mais paciência e que ia terminar com choque de realidade. Os dias seguintes foram meio turbulentos, mas deram espaço a um janeiro muito divertido, com muitas festas, viagem para a praia, novas amizades.

Fevereiro seguiu no ritmo leve de janeiro e ainda trouxe o Carnaval. Como paguei a língua para tudo que dizia nessa vida, logo eu, que não gostava de Carnaval, pulei de bloco em bloco e levei a folia no coração pro resto do ano. Sorte que março já já está aí trazendo mais Vila Madalena.

Março trouxe a parte séria do ano. Deste mês até maio continuei me divertindo, mas o dia a dia se tornou muito pesado, problemas frequentes e uma necessidade sem fim de encerrar dois importantes ciclos da vida. Em maio, para vocês terem uma ideia, eu já queria que o ano chegasse ao fim. Foram meses meio descompensados: sobrou muito peso de responsabilidade, que não consegui equilibrar com as coisas que gosto de fazer. Sobrevivi.

Junho seguiu igual, mas trouxe respiros, voltei a viajar com amigos num fim de semana, por exemplo. Ao olhar pra junho, também sinto orgulho ao lembrar das manifestações. Vocês sabem que amo a Argentina e sempre fui fã de como eles protestam pelas coisas, e foi uma honra participar das manifestações antes de elas se tornarem "coxinha", no dia que a coisa estava pesada mesmo. A tarifa voltou para os R$ 3, mas pelo visto eram só pelos vinte centavos mesmo.

Julho trouxe férias da faculdade e me livrei da miopia. E, apesar de parecer bobagem, citei isso aqui porque que praticidade voltar a enxergar sem lentes nem óculos. Agosto veio de volta com as obrigações e foi o mês mais lento do ano. Mas em agosto fiz as malas, comprei passagens, me mandei pro Rio sozinho, encontrei amigos lá e foi sensacional.

Alô Rio, tô voltando - Foto: Fábio De Nittis

De setembro a novembro costumo viver o melhor período do ano. Não me perguntem o motivo, mas com certeza tem a ver com os trânsitos astrológicos (jamais subestimem o poder dos astros, sério). Em 2013 este período se saiu novamente muito bem. Por mais cansativa que estivesse a reta final do TCC, setembro e outubro trouxeram experiências novas, muitos sorrisos no rosto, muitas histórias para levar pro resto da vida. Deixou saudade.

Novembro me fez começar a desacelerar, dezembro trouxe um pouco de paz e a satisfação de abrir o histórico escolar da faculdade e aparecer a palavra "formado" no lugar de "cursando". Nestes dois meses tive tempo de planejar um começo de 2014 bem bacana e diferente de qualquer começo de ano. Acho que mereço.

E voltando à história de cinco anos em um, a sensação de que o ano foi longo também faz eu sentir que 2013 foi o ano que mais acertei, o ano que mais errei, que mais precisei tomar decisões - de pequenas a grandes -, que mais me diverti, que mais transbordei amor, que mais briguei, que mais me irritei, talvez que mais tenha decepcionado às pessoas, que mais fiz amigos, que mais tive que ter paciência, que mais estive convicto das minhas decisões, que mais pensei "gente, que que eu tô fazendo aqui?", que mais amadureci, embora as minhas redes sociais possam apontar o contrário (apenas adotei a ideia de que as redes sociais não devem ser levadas tão a sério, gente) e por aí vai. O ano que eu achei que seria apenas uma pontezinha entre o ano passado e o próximo foi o mais agitado da minha vida.

Chego aos últimos dias de 2013 não me surpreendendo se aparecerem novidades. Para vocês terem uma ideia, esta semana operei de pedra no rim e agora, em meio às festas, estou resolvendo burocracias, o que dá a sensação de que só vai dar pra encerrar o ano quando ele realmente trouxer a queima de fogos. E por falar em fogos, ainda preciso ver o que fazer no Réveillon.

E 2014? Eu não sei. Tinha planejado a vida até aqui. Agora consegui deixar tudo acertadinho até março. Depois disso, me jogo no mundo consciente do quanto precisarei amadurecer, das dificuldades que enfrentarei, mas também com as expectativas mais positivas possíveis, sem saber exatamente em relação a que. Só sei que entro 2014 com uma frase, cujo autor não sei quem é, em mente: "A vida começa onde termina a zona de conforto". VAMBORA. Um Natal de muita paz a todos e um 2014 incrível!

17 de fev. de 2013

Acabou a folia

A foto tremeu, mas assim estava o bloco Vai Quem Quer, no sábado, na
Vila Madalena - Foto: Fábio De Nittis

Desde criança sempre sonhei em morar fora do país. Os anos passaram, o sonho continua, só mudou o destino. Mas outra coisa também mudou: minha visão em relação ao Brasil. Explico: sabe aquele tipo de pessoa muito chata e crítica em relação a tudo do país? Eu era assim. Sempre amei São Paulo, mas como não gostava do Brasil, tudo dos outros era melhor. Aquela velha história de achar que a grama do vizinho é sempre mais verde. Que os Estados Unidos isso, que a Europa aquilo... Sono.

Os anos passaram e eu, felizmente, mudei. Hoje em dia continuo querendo mudar de ares, mas gosto bastante daqui. E nos últimos tempos comecei a viver a vida com mais leveza, aproveitando mais o que me é disponibilizado. Esta fase começou mais ou menos com a faculdade. Percebi que, na realidade, o que eu mais criticava era o que eu mais passei a me identificar, que eram as coisas mais populares, tipo festas abafadas e lotadas, músicas populares e dançantes e por aí vai.

Também não gostava de praia, mas viajei pro Rio em 2011 e foi uma maravilha. Voltar a colocar o pé no mar na virada do ano e em janeiro, no litoral paulista, foi uma benção. O calor, uma coisa tão a cara do Brasil e principal alvo das minhas reclamações, continua sendo motivo de queixa. Mas, se a temperatura está nos 30 graus, de nada vai adiantar só reclamar, então tento aproveitar para passear, tomar sorvete ou mesmo só para usar óculos escuros, que sempre deixam todo mundo mais bonito.

E aí sobrou o Carnaval. A data já foi alvo de muitas críticas da minha parte, mas depois passei a simplesmente ignorá-lo. Agora em 2013 me convidaram para blocos de rua e, como ando aceitando sair toda hora, resolvi ir, ainda com aquela mentalidade de: "será que vou gostar?" "mas Carnaval? Em São Paulo? Será que é legal?".

Timidamente passei por um bloco na rua Augusta, numa noite de sexta-feira, após um fim de tarde que parecia o fim do mundo, de tanto que choveu. No dia seguinte, Vila Madalena. E pra lá fui durante três dias consecutivos. Muita folia, dança no bloco e fora dele, risadas, boas companhias, adereços carnavalescos, algumas pancadas de chuva na cabeça, histórias para levar para a vida. Ontem de novo mais um bloco, pra encerrar de vez o Carnaval. O saldo, além de tudo isso acima, foi também bolha nos dedões do pé, bastante dor nas pernas, muito cansaço, mas a sensação que tudo valeu a pena. E legal foi constatar que São Paulo não é túmulo do samba coisa nenhuma. Os blocos estão voltando com força, a população está descobrindo o Carnaval paulistano e a prefeitura, pelo que li, está prometendo mais apoio nos próximos anos.

E este post é pra dizer que estou com saudade desde já. Ainda mais neste dia que dá a sensação de que o ano vai começar pra valer, em um domingo em que o querido horário de verão se encerrou e a noite já chegou pouco depois das 19h em São Paulo, um domingo que põe ponto final às férias da faculdade e ao Carnaval. Mas ano que vem tem mais :)

6 de jan. de 2013

Aos 22

22 ou, como dizem os mais velhos, "dois patinhos na lagoa". Péssima, eu sei.


O tempo passa rápido. Vamos arrancando loucamente as folhinhas do calendário sem nos dar conta e de repente é janeiro e meu aniversário. Bom, pra ser sincero eu nunca liguei muito pra data. Quem faz aniversário perto das festas de fim de ano sabe que, desde criança, é um inferno pra fazer uma festa, organizar evento social. Todo mundo viajando ou sem grana pós gastança de fim de ano. E depois dos 18 a data começou a me incomodar, porque começa a ficar chato ir ficando velho, né. Dá aquela sensação de que a vida está passando rápido demais.

Mas o fato de completar anos nesta época perto da virada faz com que eu pare pra refletir um pouco. E vejo que eu mudei muito ao longo destes 22 anos de existência. Especialmente nos últimos cinco, seis anos. Porque a idade traz fios brancos, mas felizmente também faz a gente evoluir. Cada dia que passa, somos nós mesmo, tanto exteriormente quanto interiormente.

Dou um exemplo: o visual. Quase todo mundo tem vergonha alheia de si mesmo quando olha fotos de antigamente e tenta escondê-las. Nos últimos anos mudei de cabelo várias vezes (ok, tá sempre ruim, é uma luta eterna, mas uma hora me acerto), fui evoluindo nos modelos de óculos até abandoná-los. As roupas também foram mudando e espero um dia ter dinheiro suficiente para me vestir do jeito que quero. Ainda também vou ter o peso que eu quero, nem que seja no verão 2113.

Ao longo dos 22 anos eu mudei muito meu jeito de pensar. Mudei conceitos, sonhos, ideais. Deixei de ser muito conservador para uma série de coisas pra ver a vida muito mais tranquilamente e de mente aberta. Aprendi a me entender melhor, talvez a entender melhor os outros também. Aos 22 a gente é muito mais a gente, não liga tanto para que os outros pensam ou deixam de pensar.  Nosso autoconhecimento e até nossa autoestima são maiores e nossa insegurança ainda é presente, mas não chega aos pés do que já foi, porque confiamos mais na gente. Chego aos 22 tendo orgulho do que conquistei até agora, de quem eu sou. Cada dia que passa sou mais Fábio.

E o caminho já percorrido da estrada da vida vai ficando maior. Nesta idade a gente já viu muita coisa da vida (ainda que pouco em relação ao que reste), adquiriu muita experiência. Posso dizer que, aos 22 anos, graças a Deus eu nunca passei por grandes dificuldades, mas as pequenas pauladas e os novos desafios da vida me fizeram crescer. Também ajudaram a ter jogo de cintura, uma característica que acredito que seja essencial. Fazer malabarismo para manter todas as áreas da vida em ordem, ter jogo de cintura pra se livrar de situação chata, pra seguir em frente. Ficamos mais malandros, no sentido de saber analisar melhor o que é o ideal pra gente. Somos menos enganados que quando mais novos, temos intuição mais aguçada, sabemos nos fingir de bobos quando necessário, temos mais responsabilidade, etc., etc., etc. Enfim, sabemos jogar melhor esse tal jogo da vida.

Aos 22 anos estamos constantemente diante de escolhas, pequenas e grandes e que, diferentemente da infância, são tomadas por nós. Deixamos de viver algumas coisas para viver outras, e jamais vamos ter certeza absoluta que fizemos as escolhas certas. Fechamos ciclos e, infelizmente, também deixamos muita gente especial para trás. Mas a vida é dinâmica e entra gente nova, também especial, gente que muda sua vida pra melhor, fazemos novos amigos nos novos ambientes e isso inclui a internet, que nos permite ter amigos até de outros países (RAFA, eso es para vos jajajaja). Por falar em novos ambientes, quantas mudanças. Colégio, cursinho, faculdade, um emprego, outro emprego, cursos, viagens, etc.

Prestes aos 22 anos digo que estou em constante evolução. Sou uma metamorfose, ao mesmo tempo que sou firme ao que penso e tenho muito bem definido o que quero para a minha vida, porque nessa idade já aprendemos a ser mais decididos. E agora preciso de um gás nesta evolução, porque a vida me impõe esta necessidade. Que eu tenha capacidade para seguir em frente :)