25 de dez. de 2010

Que venha 2011!

               Paulistanos recebendo 2010, na Avenida Paulista (Foto: Daigo Oliva/G1)


Apesar de eu não viajar neste Réveillon, muita gente já está pegando a estrada rumo a outras cidades. Portanto, gostaria de deixar desde já a minha mensagem de fim de ano, já que muitos só voltarão a acessar o blog em janeiro.

Chegamos a mais um fim de ano, outro tempo de reflexões. Até 2007, o balanço do ano era praticamente o mesmo. O dever sempre estava cumprido e outro ano de colégio me aguardava pela frente. 2008 foi extremamente positivo, mas terminou e eu não tinha destino definido. Eis que chegou 2009. O ano foi árduo, de muito estudo no cursinho, mas uma sensação impossível de descrever de dever cumprido. Então chegou 2010. Antes mesmo de começar, sabia das boas surpresas que ele me reservaria. Só não imaginava o quão positivas seriam estas mudanças e o quanto me fariam bem. Ainda nos primeiros dias do ano, consciente de que a inércia não me levaria a lugar algum, comecei a trabalhar. Logo veio a viagem às Cataratas e a tão aguardada faculdade. Lá, novos e fortes laços de amizade.

No segundo semestre, novas responsabilidades, aumento expressivo das horas de estudo e trabalho. A maioria dos dias com cerca de dezoito horas diárias dedicadas à faculdade, preparação de aulas, trabalho ou me deslocando nos trajetos entre lugares. Uma vontade inesgotável de vencer na vida. Mas, em meio a tantas responsabilidades, intervalos para a vida social.

Muito satisfeito com 2010, chego ao final deste ano tomado por pensamentos positivos, muito feliz e esperançoso em relação ao próximo ano. E é isso que quero transmitir aos caros leitores, aos quais não tenho palavras para agradecer o prestígio, nesta mensagem de fim de ano. Desejo a todos vocês um 2011  de muita paz, saúde, prosperidade, sucesso e realizações pessoais e profissionais. É clichê dizer que não basta apenas esperarmos as mudanças, e sim que devemos fazê-las acontecer. É clichê, mas é verdade. Tenham muita força e otimismo em 2011, que o destino se encarrega de trazer o resto. FELIZ 2011!!!

24 de dez. de 2010

Feliz Natal!!

Feliz Natal! Merry Christmas! ¡Feliz Navidad! Bom, a língua não importa, o que importa são os desejos que todos tenham um Feliz Natal. Que todos os nossos pedidos se tornem realidade e que possamos todos desfrutar do verdadeiro espírito natalino, o de paz, harmonia, felicidade, bondade e tranquilidade. E, como digo todo ano, que estes sentimentos nobres não se restrinjam apenas à noite de hoje e ao dia de amanhã, mas façam parte das nossas vidas. FELIZ NATAL A TODOS!

18 de dez. de 2010

Então é Natal


Avenida Paulista toda em clima natalino - Foto: Fábio De Nittis

É verdade que copiamos a cultura natalina da Europa e dos Estados Unidos, afundados na neve em dezembro, e que Natal acabou virando data comercial. Mas não consigo imaginar Natal de forma diferente da que ele é atualmente, com a ceia da maneira que ela é feita, com a correria para comprar os presentes e, principalmente, com os enfeites, dentro e fora de casa.

E São Paulo está linda neste Natal (e a cada Natal melhora). Toda a cidade está enfeitada. Sem dúvida, o ponto que mais está decorado e onde as decorações mais impressionam pela beleza e grandiosidade é a Avenida Paulista. Se durante o dia, com toda a correria do dia-a-dia dos paulistanos, a decoração já chama a atenção. Mas é a partir das 8 da noite, quando anoitece, que o espetáculo das decorações se faz ainda mais presente. A correria dá lugar ao clima de paz de espírito e felicidade (há quem veja tristeza no Natal, eu não vejo, mas isso já é outro assunto) e milhares de famílias passeiam tranquilamente pelas calçadas da avenida, registrando tudo em máquinas fotográficas.

Este ano, além da decoração nos pontos da Paulista que já são conhecidos por fazer decorações grandiosas e surpreendentes, foi criada a Praça de Natal. Localizada entre as ruas Padre João Manuel e Ministro Rocha Azevedo, a Praça de Natal foi montada na estrutura que servirá de palco para o Réveillon da Paulista. Com enfeites de proporções gigantescas, o palco de 800 metros quadrados recebe por dia ao redor de 15 mil visitantes. Para quem quiser ir, a Praça de Natal estará aberta todos os dias até 25 de dezembro, das 10h às 22h e é grátis.

Em outros pontos da cidade, mais decorações. A Ponte Estaiada, na Marginal Pinheiros, ganhou luzes, que formam um gigante pinheiro de Natal, de 138m de altura. Na Represa de Guarapiranga, na zona sul, uma árvore de Natal de 56 metros de altura foi montada. Há também a já conhecida árvore de Natal no Parque do Ibirapuera, com 68 metros de altura (recentemente danificada pelos fortes ventos de uma tempestade, mas que depois teve os trabalhos de reparo iniciados). Também no Ibirapuera, é possível observar o show natalino das fontes do lago do parque. Já nas Avenidas Pacaembu e Sumaré e em outros pontos da cidade, luzes de Natal envolvem tronco e galhos das árvores.

Portanto, aproveitem, paulistanos e turistas que estiverem por aqui, porque quem for desfrutar das decorações de Natal em São Paulo tem muito o que apreciar.

20 de nov. de 2010

Fim de semana de esportes



Nunca fui muito fã de praticar esportes e Educação Física sempre esteve longe de ser uma das minhas aulas preferidas, mas aí vai uma dica para quem gosta de esportes e está em São Paulo neste fim de semana: a Virada Esportiva.

Promovida pela Prefeitura de São Paulo, a Virada Esportiva acontece anualmente em vários pontos da capital paulista, desde 2007. A primeira edição contou com cerca de um milhão de pessoas, a segunda com dois milhões e a última, teve público de três milhões de pessoas. O evento, que faz parte do calendário anual de eventos da cidade, proporciona à população mais de 24h seguidas de atividades.

Em 2010, a Virada Esportiva está prevista para durar quatro horas a mais do que a edição passada, chegando a 36h de atividades e a expectativa é de que haja mais de três milhões de participantes, superando, portanto, o recorde de 2009.

Mais de duas mil atividades estão espalhadas pela cidade. A maioria delas, por questão de facilidade de acesso, está localizada na região central, mas centenas estão ocorrendo nos bairros também. E, dentre as principais atrações, estão a prática de esportes aquáticos na Represa de Guarapiranga, na zona sul, a corrida de kart durante a madrugada na região da Luz, no centro, e a prática de esporte radicais no Vale do Anhangabaú, também no centro.

Para maiores informações sobre a programação, consulte o site oficial do evento: http://www.viradaesportiva2010.com.br/

14 de nov. de 2010

Dia cinzento e aviões


Entre minhas paixões estão, sem dúvida nenhuma, os aviões. Falei sobre isso em julho, durante minha série de posts sobre viagem feita no ano de 2008. Me contam que aos quatro anos, eu gostava de dar tchau para os aviões que cruzavam o céu do bairro. É, não sei se eu esperava algum tchau de volta, mas o fato é que desde aquela época era algo que já me chamava atenção. Em 2001, coloquei os pés em um pela primeira vez, em viagem para o interior paulista. Voltaria a viajar em 2008 e 2010.

E em dos raros momentos ociosos de outubro, já que passaria pelas proximidades do aeroporto de Guarulhos, aproveitei uma das muitas tardes nubladas, escuras e frias desta primavera que estamos tendo para fotografar aviões. O fotógrafo não é bom, as condições meteorológicas não eram as ideiais para a atividade e centralizar as fotos era tarefa quase impossível, com a velocidade com que eles passavam. Mas aí está o resultado das fotos, que, embora pareçam, não foram tiradas em preto e branco:





31 de out. de 2010

O Brasil de vermelho: Dilma é presidenta. E por que votei nela

Dilma, a primeira presidenta do Brasil (Foto: Reuters)


Um dia histórico. Dilma Rouseff foi eleita na noite deste domingo a primeira presidenta do Brasil. Enquanto a apuração segue acontecendo (no momento, 20h11, 55,43% a 44,57%, sendo matematicamente impossível que haja virada), milhões de eleitores em várias partes do Brasil já saem às ruas comemorando a vitória da petista.

Eu orgulhosamente votei na Dilma. Bem como votei nos outros candidatos do PT no primeiro turno. Foi assim nas eleições de 2008, foi assim nestas, será nas próximas. E agora comento o porquê. Antes, peço perdão aos leitores por falar de política, assunto tão polêmico e que dizem que não se discute. Tive o cuidado de deixar para postar este texto após as eleições, para não passar a impressão de que o texto era uma plataforma eleitoral. Não era e nem é essa a intenção. Após ter recebido inúmeras críticas - algumas tão patéticas que mereceriam um post numa sexta-feira, para os caros leitores poderem rir - ao longo dos últimos três meses, quero deixar mais claro alguns pontos, sem prolongar a discussão.

Primeiramente, se gosto de política, é muito por influência da família. Meu avô (que nos deixou neste ano de 2010 e que agora nos abençoa lá de cima) sempre foi uma pessoa humilde e, por circunstâncias da vida difícil que levava, não teve acesso aos estudos. Ainda assim, sintonizava o rádio que tinha em casa em uma rádio comunista de Moscou, na Rússia, nos difíceis e opressores tempos da Ditadura Militar no Brasil. Além disso, rodou panfletos em casa contra o regime ditatorial. Ou seja, era plenamente consciente de como aqueles tempos eram maléficos para o país e para a população. 

E as Diretas Já? O movimento que reivindicava as eleições presidenciais diretas no Brasil, nos anos de 1983 e 1984? Que contou com cerca de um milhão e meio de pessoas clamando pela democracia? Minha mãe estava lá entre a multidão que clamava por um Brasil melhor e liberdade para a população escolher seus governantes. 

Finalmente, mais uma geração se passa e chega a minha vez. Não driblei a ditadura. Não gritei nas Diretas Já. Tudo porque, felizmente, vivo em um país sem turbulências políticas como às daqueles tempos. Mas desde antes de votar, gostava de eleições. Quem conviveu comigo lembra (ou se não lembra, vai relembrar), dos tempos em que eu usava as cores do partido em que votarei, broches e adesivos - isso continua até hoje.

No governo, o PT de Lula conseguiu tirar dezenas de milhões de pessoas da miséria e outros tantos milhões e milhões passaram para a classe média. Não é a toa que o melhor presidente que o Brasil já teve sai com aprovação de mais de 80%. Apenas 3% consideram ruim/péssimo. Jamais vi isso em alguma democracia e acho que vai demorar muito para ver novamente, se é que voltarei a ver. Hoje as pessoas viajam de avião, algo impensável até então. O Brasil de hoje marca presença nas grandes decisões mundiais, afronta as potências, terá Copa, Olimpíadas e economia forte. Eu poderia listar inúmeras realizações do governo Lula, mas acho que não se faz necessário: durante os últimos oito anos, qualquer brasileiro sensato percebeu que Lula foi o melhor presidente.

Aqui em São Paulo, moro na zona leste, uma região da cidade que só é lembrada por políticos na hora de pedir votos, por ser populosa (vide obra eleitoreira de troca de calçada no meu bairro, que ficou pela metade - o outro lado da avenida segue com calçadas antigas e irregulares). A única coisa que vi mudar aqui foi na época do governo petista da Marta Suplicy. Ônibus caindo aos pedaços, lotações irregulares e greves no transporte público eram constantes, após uma cidade devastada pela administração anterior, de Pitta. A fronta de ônibus foi renovada, entraram em cena os micro-ônibus que foram regularizados pela prefeitura. E as enchentes? Bastava dar uma pancada rápida de chuva e o rio Aricanduva transbordava e inundava casas (que, em alguns pontos, estão abaixo do nível do rio - mas isso já é outra discussão). Hoje, segue a situação de enchentes em algumas tardes tempestuosas, mas houve uma grande melhora graças aos piscinões construídos na gestão do PT.

Já viram os CEU's (Centros Educais Unificados)? Aposto que muitos falam mal sem sequer conhecer. Estive no CEU Aricanduva em uma comemoração do aniversário de São Paulo, em 2007 e constatei que o fato da população pobre não ter cultura é muito pela falta de opções. Porque o que vi naquele dia 25 de janeiro foi um auditório lotado de gente apreciando a programação cultural que estava sendo oferecida, enquanto as crianças se divertiam nas piscinas, longe do perigo das ruas. Também estive uma vez em um CEU na Cidade A. E. Carvalho (para vocês terem uma ideia, a cerca de 21km da Praça da Sé e 24km da Avenida Paulista, aqui na zona leste), no meio de uma comunidade bastante carente. Pude presenciar pessoalmente como a população usufrui dos benefícios do CEU, programa do governo Marta, volto a reforçar.

Pena que tudo isso é muito mascarado pela mídia. Não convém apoiar a população pobre e os governos que possuem um olhar social. Isso não é só no Brasil, lendo jornais de outros países, pude comprovar que nestes o fenômeno é o mesmo. Quem tem a perder é a população, que, devido à degradação jornalística, fica sem saber de inúmeras coisas. Ou fica sabendo de outras que sequer são verdade. É engraçado, boa parte da população quase nunca vê o que acontece com o país. Quando vê, se restringe a um ou dois meios de comunicação, recebe informações de forma distorcida e acha que está dominando o assunto (não que eu esteja, ninguém domina completamente assunto nenhum).

Portanto, em vez de acreditarem piamente no que a imprensa manipuladora (só falta acreditarem que a Dilma vai implantar censura, como acharam que o Lula faria em 2002) e visivelmente contra o governo escreve, leiam notícias de outros veículos de comunicação. Leiam as notícias de periódicos de outros países para ver que até veículos de direita de outros países parabenizam o governo Lula no Brasil. Saiam do mundinho, conheçam outras realidades econômicas e sociais - isso, além de ajudar a ter um olhar melhor sobre a sociedade, ainda nos faz refletir sobre a vida que vivemos. Parem com o preconceito descabido em relação à maioria dos nordestinos e da população carente que vota nos governos que se preocupam com o povo. Parem de acreditar que determinados governos vão se preocupar com o bairro onde vivemos, já que não somos e estamos longe de ser a elite da sociedade paulistana.

São muitos os tópicos a serem apontados, as críticas a serem feitas. Mas para não me prolongar ainda mais, encerro por aqui. Espero que permanentemente. E reitero meu pedido de desculpas por tratar de tema tão polêmico. Em tempo, agradeço imensamente o recorde de visita diário, quando postei pela última vez, sobre a morte de Kirchner. Falta tempo, mas já tenho alguns posts pré-escritos e outros pensados. Então, logo passarei a atualizar com maior frequência. Obrigado mesmo!

30 de out. de 2010

Argentina em prantos


Comovido pela morte do ex-presidente, casal argentino deseja força a Cristina Kirchner, sua esposa (Foto: Reuters)

Argentina em prantos

Morte do ex-presidente Néstor Kirchner para o país. Milhares de argentinos vão às ruas para se despedir

 
Era uma quarta-feira ensolarada de primavera em Buenos Aires, após o longo e frio inverno argentino. O governo federal havia decretado feriado nacional, para que o Censo 2010 fosse realizado por 650 mil recenseadores em um único dia.

Mas ainda era meio da manhã quando uma notícia abalou o país. Morre Néstor Kirchner, ex-presidente do país (governou entre 2003 e 2007) e marido da atual presidenta Cristina Fernández de Kirchner.

Kirchner se sentiu mal em El Calafate, na Patagônia argentina, por volta das 7h30 (8h30 no horário de Brasília). Rapidamente foi levado ao hospital, mas não resistiu: cerca de duas horas depois, faleceu vítima de uma parada cardíaca, aos 60 anos.

Em questão de minutos, a notícia tomou conta da Argentina. Por ser feriado e o comércio estar fechado para a realização do censo, muitos argentinos ficaram em casa, com os olhos permanentemente atentos à televisão e às notícias que chegavam. Outra parte da população já se deslocava rumo à região da Plaza de Mayo, no centro da cidade, onde fica a Casa Rosada, sede do governo argentino, em busca de maiores informações.

Por volta de 1h30 (2h30 em Brasília) de quinta, o corpo chegou a Buenos Aires e foi levado à Casa Rosada. Durante toda a quinta, milhares de argentinos foram se despedir do político, após uma espera que chegava a durar dez horas sob o sol. O metrô rodou de graça, para facilitar o acesso da população à Plaza de Mayo.

Ainda de manhã, a presidenta Cristina Kirchner chegou. Ao longo do dia, ela recebeu os pêsames de políticos de todas as partes da América Latina, como dos presidentes do Equador (Rafael Correa), Brasil (Luís Inácio Lula da Silva), Venezuela (Hugo Chávez), Uruguai (José Mujica) e Chile (Sebastian Piñera), entre outros.

Na manhã de sexta-feira, Buenos Aires parou para o trajeto do corpo da Casa Rosada até o Aeroparque, aeroporto no centro da capital argentina. À noite, o corpo chegou até Río Gallegos, onde foi dado o último adeus.

Milhares de pessoas aguardam para se despedir de Néstor. Espera chegou a dez horas (Foto: EFE)

 

Problemas de saúde

Néstor Kirchner já havia se submetido a duas cirurgias durante este ano por problemas cardíacos. A primeira foi no início de fevereiro, quando foi operado para desobstrução da carótida direita. Mais recentemente, foi submetido a uma angioplastia, em setembro. Em ambas as cirurgias, a recuperação do ex-presidente foi rápida e, apesar de algumas recomendações médicas de que não poderia fazer esforço excessivo, Néstor Kirchner estava bem. Isso tornou a notícia ainda mais trágica e inesperada, já que o político não estava internado.

 
Biografia

Néstor Kirchner nasceu em 1950 em Río Gallegos, na província de Santa Cruz, no sul da Argentina. Na década de 70, entra no Partido Justicialista - fundado por Juan Domingo Perón - quando era líder estudantil na Universidade Nacional. Em 1975, casa-se com Cristina Kirchner, colega do curso de direito, com quem tem seus filhos, Máximo e Florência. Em 1987, é eleito prefeito de Río Gallegos e em 1991, governador de Santa Cruz, província que governou até 2003 (foram três mandatos consecutivos). De 2003 a 2007, é presidente da Argentina, e, em 2007, passa a presidência à sua mulher, Cristina. Em 2010, é eleito secretário geral da Unasul (União de Nações Sul-Americanas)

 
Período como presidente da Argentina

Peronista e com um governo voltado à população mais carente, Kirchner assumiu durante um dos períodos mais complicados da história argentina. Após uma grave crise econômica que afetou o país no final da década de 90 e início da década de 2000 e sucessão de presidentes, a Argentina chegava ao fim da crise com nível de pobreza atingindo 49,7%. O PIB (Produto Interno Bruto – soma das riquezas produzidas por um país) havia caído 3,4% em 1999, 0,8% em 2000, 4,4% em 2001 e 10,9% em 2002. Kirchner consegue alavancar a economia argentina, e, durante seu governo, o país cresce a taxas entre 8,5% e 9,2% ao ano. Mais do que isso, consegue levantar a autoestima e confiança dos argentinos no país.

Entretanto, recebeu duras críticas da oposição, sob acusação de manipulação dos índices oficiais, que são medidos pelo Indec. O principal índice que teria sido manipulado seria o da inflação. De acordo com dados oficiais, ela estaria rondando valores de cerca de 7 a 9% ao ano durante os últimos anos, enquanto que, de acordo com organismos privados, estaria acima de 20% ao ano.

 
O futuro do kircherismo

Há fortes divergências entre os especialistas em relação ao que deve acontecer com o kircherismo, especialmente devido à forte divisão na sociedade argentina entre os que apoiam e não apoiam o governo.

Por um lado, a popularidade da presidenta Cristina Kirchner está baixa (índice em torno de 35%), e Néstor tinha grande influência sobre o governo de Cristina. Isso leva muitos especialistas a dizer que o kircherismo está ameaçado já nas próximas eleições, que serão realizadas no ano que vem.

Por outro lado, Néstor Kirchner era considerado o candidato mais forte às eleições presidenciais. Por isso, alguns especialistas em política afirmam que a morte dele poderia aumentar fortemente a popularidade de Cristina. Dessa forma, ela poderia inclusive se tornar uma política como Evita Perón, líder política de grande carisma, que foi primeira-dama da Argentina.

(Texto escrito por mim com base em jornais e sites de notícias, para trabalho da faculdade)

16 de out. de 2010

Começa logo mais o horário de verão

Por volta de 20h15, em anoitecer de verão no litoral paulista - Foto: Fábio De Nittis


Atenção! Logo mais, à meia-noite, começa o horário brasileiro de verão. Os moradores das regiões sul, sudeste e centro-oeste deverão adiantar os relógios em uma hora, para 1h, portanto.

Adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, o horário de verão é colocado em vigor todos os anos desde 1985, variando apenas a duração da medida e os Estados afetados. Desde 2008, ficou estabelecido que o horário de verão irá sempre do terceiro domingo de outubro ao terceiro domingo de fevereiro. A exceção é quando o terceiro domingo de fevereiro cai no feriado do Carnaval. Nesse caso, o término do horário de verão passa a ser no domingo seguinte.

Desta vez, a medida deve durar 126 dias - os relógios voltam ao normal à 0h do dia 20 de fevereiro de 2011 - e deve gerar ao país economia de energia elétrica de 5%.

Em São Paulo, a CPTM - empresa responsável pelas linhas de trem da Região Metropolitana - e o Metrô operam em esquema especial. Em vez de fechar à 1h, as estações de trem e metrô fecharão às 2h de domingo, já em horário de verão (1h no horário antigo) e reabrem às 4h (CPTM) e 4h40 (Metrô), também seguindo o novo horário. Há também alterações no horário de funcionamento de vários parques paulistanos, que estendem o horário de funcionamento (para maiores informações, clique aqui).

12 de set. de 2010

A angústia dos mineiros no Chile


Uma das máquinas que trabalham no resgate dos mineitos (Foto: AFP)

Mais de um mês. É o que já dura a angústia de trinta e dois mineiros chilenos e um boliviano no Chile. Às 14h40 do dia 5 de agosto, um desabamento atingiu a mina San José (na região do deserto do Atacama, a 800km ao norte de Santiago), onde estavam trabalhando.

Presos a mais de 700m de profundidade, os mineiros aguardam por um resgate trabalhoso e demorado, que promete levar mais alguns meses. Neste momento, duas máquinas estão perfurando o solo, de modo a formar túneis. A primeira máquina, ''plano A'' do resgate, perfurou 212m, de um total de 703. O plano B também estava em ação, porém a quebra de uma peça da máquina no túnel, na última quinta-feira, colocou o plano em dúvidas. Até quinta, quando parou de funcionar, a máquina havia perfurado 268m de um total de 630m. Agora, o terceiro plano também está sendo colocado em prática. A terceira máquina (que ilusta este post) é uma sonda petrolífera, com capacidade de perfurar de 20 a 40m por dia, conforme o tipo de solo. Ela deve perfurar 597m, e está sendo montada.

Enquanto isso, um cano plástico que vai até a mina leva ar, comida, comunicação e eletricidade até os mineiros. Além de manter os mineiros vivos, o esforço é para mantê-los com certo entretenimento, para evitar depressão, o que tem sido feito através de contato com a família e até puderam assistir a um jogo do Chile, recentemente.

A estimativa das autoridades chilenas é que o resgate dos trinta e três mineiros ocorra antes do Natal.

15 de ago. de 2010

Os novos trens voltaram


Foto: Fábio De Nittis - arquivo


Ainda era abril quando postei sobre a chegada dos novos trens da linha 3 - vermelha do Metrô de São Paulo. Nos últimos dias de março, a linha de metrô que liga Barra Funda a Itaquera e que é a mais lotada do sistema enfim ganhou trens modernos e com ar condicionado (maiores informações no post de abril, clicando aqui .

Entretanto, na segunda-feira, dia 2 de agosto, eles foram tirados de circulação. De acordo com informações do Jornal da Tarde de quarta, 4 de agosto, houve problemas em um equipamento chamado de barra de torção, que auxilia o trem a fazer curvas, proporcionando estabilidade. Ou seja, ao fazer a curva, os carros (popularmente conhecido como vagões, mas vagões transportam cargas) do trem se inclinam, mas depois da curva voltam à posição normal graças à barra de torção. Com o defeito ocorrido, os carros do trem H61 (o 3° novo) permaneceram inclinados, fazendo com que a parte lateral da composição atingisse a plataforma ao entrar na estação Sé. De acordo com o Metrô, não houve risco aos usuários. Mas os trens tiveram que ser retirados para que o problema fosse solucionado.

Na quarta passada, dia 11, os trens enfim voltaram a funcionar, para alívio daqueles que se expremem nos trens paulistanos nos horários de pico.

1 de ago. de 2010

Jornalismo e a novela do diploma


(Campanha da Federação Nacional dos Jornalistas para a volta da obrigatoriedade do diploma)


No dia 17 de junho de 2009, o Supremo Federal Tribunal derrubou a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista no Brasil. Lembro que fiquei sabendo da notícia na manhã seguinte, antes mesmo de amanhecer, em mais um dia cansativo rumo ao cursinho. Aquela notícia não mudaria meus objetivos em relação à profissão: se estava dedicando um ano inteiro de estudo para vestibulares, não era por brincadeira, e sim para ingressar num curso de jornalismo que fosse de qualidade elevada. A notícia da ''queda'' do diploma se espalhou e foi o destaque do dia nos veículos de notícias.

Porém, agora em julho de 2010, um grande passo contra a medida foi dado. Foi criada uma PEC, Proposta de Emenda Constitucional, na Câmara, para reestabelecer a exigência do diploma. No último dia 14, a comissão da Câmara que tratou do assunto aprovou por unanimidade a proposta. Agora, o projeto vai ao plenário para ser debatido e, caso seja aprovado, enfim segue rumo ao Senado. (Maiores informações podem ser encontradas no site da FENAJ, a Federação Nacional dos Jornalistas: http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=3128 )

Não é de hoje que grandes empresas na área da comunicação têm contratado pessoas que, muitas vezes, não têm a menor habilidade para redigir adequadamente um texto e que sequer pisaram em uma redação ou em uma universidade antes. Por isso, não é de se estranhar que, para conseguir as informações sobre a PEC, é necessário recorrer ou à Fenaj ou vasculhar mecanismos de buscas dos sites de notícias, pois a notícia passou despercebida pela mídia e certamente foram pouquíssimas as pessoas que tiveram conhecimento dessa informação.

Quanto ao diploma, existem universidades que, infelizmente, só se interessam pelo número de alunos matriculados no curso, e não oferecem um ensino adequado. São incontáveis as notícias que saem têm erros absurdos, seja gramaticais ou mesmo de postura do jornalista em relação ao fato noticiado (pequenos erros gramaticais são até possíveis de compreender, visto que hoje em dia o jornalismo está banalizado e o profissional precisa escrever uma quantidade infinita de texto no menor tempo possível, especialmente na era da internet), o que deixa transparecer a baixa qualidade de muitos cursos de comunicação oferecidos pelo país. Sem diploma, a tendência é piorar a situação, sem falar na remuneração do jornalista, que já é baixa e cairia ainda mais.

Como estudante de jornalismo, sou absolutamente a favor da obrigatoriedade de uma formação universitária para a profissão. Jornalismo não é pegar um teclado e digitar besteiras para formar um texto, como temos visto por aí. Ele atinge uma parcela cada vez maior da população, exige responsabilidade em todos os passos, desde a apuração do fato ocorrido até como ele será contado para as pessoas. Dedicar quatro anos ao estudo da profissão é, acima de tudo, uma questão de ética e compromisso com o jornalismo e com a sociedade.

21 de jul. de 2010

Na terra do tango: Do avião (parte 3/3)



E nesta última parte, recordo as viagens de avião feitas no período da viagem. Foram quatro, eu gosto muito de andar de avião (certa vez li alguém que escreveu que ''barulho de avião é música para os meus ouvidos'' e me identifiquei), mas o momento pré-voo era muito cansativo. Três dos quatro voos foram logo no início da manhã, e como éramos dezenas de pessoas, tínhamos que sair ainda no começo da madrugada com as malas dos hotéis, entrar nos ônibus, pegar a mala no ônibus, esperar a abertura do check-in, fazer o check-in e esperar pelo voo (que às vezes atrasava, felizmente não mais do que 45 minutos). Depois de chegar ao destino, esperar as malas, ir pro ônibus, pegar as malas, subir para o hotel e por aí vai. Como gosto de aeroportos, não me importava muito, ainda mais porque em três dos quatro voos fui na janelinha (o único que não foi o São Paulo-Buenos Aires, portanto não há fotos desse voo) e pude apreciar as belas paisagens. Compartilho, a seguir, algumas das melhores fotos tiradas por mim pela janelinhas dos aviões da Aerolíneas Argentinas. Está fora da ordem cronológica propositalmente, porque resolvi deixar o melhor para o final.

Primeiramente, as fotos do voo realizado no dia 13 de julho de 2008, um domingo. Saímos de Buenos Aires ainda no amanhecer, por volta de 8h, e chegamos em Bariloche por volta das 9h40. As duas fotos abaixo são da chegada em Bariloche:



Um pouco de neve...


...e muita neve, ainda que distante


Agora, as fotos do voo em que voltei para o Brasil, no dia 21 de julho, há exatos dois anos. Saímos de Buenos Aires ainda de madrugada (7h15 da manhã, na realidade, mas por lá era noite completa a essa hora) e chegamos em São Paulo por volta das 9h35.



Pouco depois de sair de Buenos Aires, começou a amanhecer


Pouco depois do sol nascer, destaque para as nuvens o azul intenso do céu

E, para encerrar, o voo que rendeu as fotos mais bonitas. Na tarde do dia 20 de julho, saímos de Bariloche e fomos para Buenos Aires. Para mim, a última foto desse post (e também que encerra os três post sobre minhas lembranças da viagem) foi a mais bonita de todas.


Tapete de nuvens


Partindo de Bariloche, quanta neve!


Azul do céu e do lago, branco da neve. Cenário perfeito e presente divino.

16 de jul. de 2010

Na terra do tango: Bariloche (parte 2/3)


Vista aérea de Bariloche (foto de internet)

Ainda amanhecia no dia 13 de julho de 2008, por volta de 8h da manhã, quando pegamos o voo rumo a San Carlos de Bariloche. A pequena cidade de cerca de 130 mil habitantes está localizada na Patagônia Argentina, a cerca de 4 mil quilômetros de São Paulo! Chegamos por volta de 9h40 da manhã, sob uma temperatura de apenas três graus, apesar do sol. Ao sair do aeroporto, aquele ar gelado. Naquela tarde, o tempo fecharia e começaria a chover, mantendo-se assim por dias a frio.

No dia 14 fomos fazer o Circuito Chico, que é um passeio margeando o Lago Nahuel Huapi (esse da foto acima, o qual falarei mais para frente). A chuva caía com intensidade moderada e a temperatura estava ao redor de 2-3°C.


Neve no alto das montanhas, Lago Nahuel Huapi à direita e eu desaparecendo no meio da roupa

No dia 15 fomos andar de quadriciclo na lama, e também debaixo de chuva. Por precaução, resolvi deixar a câmera no hotel (lama na câmera não ia parecer uma boa). No dia 16, saímos, mais uma vez sob chuva, rumo ao Cerro Otto. Chegamos, ficamos na fila e enfim subimos de teleférico até o topo da montanha. À medida que o teleférico ia subindo, só chuva e nada da tão aguardada neve.

Chuva e mais chuva. E o teleférico subindo...


Era por volta de 16h30 quando descemos do teleférico, aguardamos um tempo, e quando a porta se abre... A NEVE ! Eu estava simplesmente diante do maior sonho da minha vida, que acabara de ser realizado. Não tinha e até hoje não tenho palavras para descrever aquele momento de ápice de felicidade. Nós só queríamos saber de aproveitar muito e fazer guerra de neve, coisa que criança em país tropical que não pode viajar só sonha, através dos filmes de Natal norte-americanos.
A primeira imagem da neve, inesquecível


Sonho realizado. E que frio nas costas!

No dia seguinte, acordamos por volta de 9h30, ainda terminava de amanhecer em Bariloche e NEVAVA! Agora eu via a neve caindo do céu, coloquei a roupa rapidamente e fui tirar fotos!


Do locutório na Calle Mitre em que eu ligava todas as tardes para o Brasil. E comia alfajores.


Vista do hotel e dá-lhe neve caindo!


Nos outros dias, o tempo abriu (e as noites se tornaram mais geladas, fez até 5 graus abaixo de zero) e fomos duas vezes ao Cerro Catedral. O principal centro de esqui da Argentina e mais completo da América Latina conta com mais de 120km de pistas e 39 meios de elevação e estava cheio em ambos os dias. As imagens são indescritíveis, especialmente as em que as árvores, sem aparecem cobertas por neve, dando uma tonalidade cinza. Só olhando mesmo para ter uma noção da beleza:


Cerro Catedral visto de longe


Lá em cima, e o povo tentando esquiar


Árvores cobertas por neve, paisagem de tirar o fôlego

Bom, e a todos os passeios em que íamos, o Lago Nahuel Huapi acompanhava a paisagem. O lago ocupa uma área de quase 550km² e chega a atingir, em alguns pontos, uma profundidade de 450m! Sempre muito lindo com suas águas cristalinas, especialmente nos dias ensolarados.


Lago Nahuel Huapi, visto do Cerro Otto, no fim de tarde


Em um dia ensolarado

Essa foi poucas horas depois que nevou na cidade. Ventava tanto, que frio só de lembrar!

Assim foram os sete dias em Bariloche. Passeios diurnos e baladas em algumas noites. Quando o tempo era livre, caminhávamos sem parar pela Calle Mitre, a principal rua de Bariloche, onde está o comércio e as deliciosas lojas de chocolate (lembro que sempre ía tomar chocolate quente, que maravilha). Daqui uns dias, a próxima e última parte dessas memórias celeste e brancas: as fotos tiradas dos aviões.

11 de jul. de 2010

Na terra do tango: Buenos Aires (parte 1/3)


(Foto de internet da Avenida 9 de Julio, a mais larga do mundo)

Era uma madrugada fria e de névoa do dia 11 de julho de 2008, uma sexta-feira, há exatos dois anos, quando meu despertador tocava às 2h30. Boa parte de São Paulo ainda ia dormir, enquanto eu acordava, para ir rumo ao voo AR1241 das 7h35, da Aerolíneas Argentinas, que me esperava. Era o começo de dez dias inesquecíveis, a tão aguardada viagem de formatura e a realização de dois sonhos: o da viagem internacional e, o maior deles, o de ver neve.

Ainda era meio da manhã quando pousamos no Aeroporto Internacional de Ezeiza, em Buenos Aires. As palavras em castelhano com aquele jeito rápido dos portenhos de falar dava um nó na cabeça (mas logo aprenderíamos o básico, gracias, permiso... e nos viramos muitas vezes usando a mímica). A cidade estava nublada, cinza. Ainda no caminho para o hotel, o Congresso Nacional da Argentina. Mais tarde, a primeira refeição na terra do tango, almoçamos em um Mc Donalds próximo ao hotel e naquela tarde iríamos conhecer o agradável e nobre bairro da Recoleta. É lá que se localiza o cemitério mais famoso da Argentina, onde várias personalidades do país estão enterradas, inclusive Evita Perón. Uma praça calma, em pleno centro da capital argentina, com as pessoas elegantes passeando e uma bela igreja.


O Congresso da Nação Argentina

Igreja, ainda mais bonita com a chegada do fim de tarde, no bairro da Recoleta

No dia seguinte, uma Buenos Aires pouco comum em julho: muito ensolarada e com temperatura de primavera. Fomos à Casa Rosada, sede da presidência da Argentina e que fica de frente para a Plaza de Mayo. A Plaza de Mayo é a praça mais importante de Buenos Aires e recebeu o nome devido à Revolução de Maio, em 25 de maio de 1810, que deu início ao processo de independência do país. Depois de tanto ver por fotos, era uma sensação muito boa estar vendo ao vivo a sede do governo argentino, com a bandeira celeste e branca tremulando.

Casa Rosada, numa ensolarada manhã de sábado

 Foto tirada da Plaza de Mayo. A arquitetura antiga e bem conservada se faz presente

Dali para o Boca. La Bombonera, palco de tantas partidas emocionantes e clássicos do futebol argentino. Mesmo para quem não gosta muito de futebol, como eu, é impossível não imaginar aquele estádio cheio. Pertence ao Boca Juniors e foi inaugurado no dia 25 de maio de 1940.



Amarelo e azul: as cores do Boca Juniors


Embora pareça, eu não estava no campo

Estivemos também no Caminito (onde não tirei muitas fotos interessantes, o tempo era curto e eu estava mais afim de passear por aquelas ruas e entrar nas lojinhas) e, posteriormente, para o Puerto Madero. O bairro mais moderno de Buenos Aires é, também, o metro quadrado mais caro da Argentina. Muito agradável, com ótimos restaurantes e convidativo para uma caminhada.

Puerto Madero, um dos cartões postais de Buenos Aires

Anoiteceu e fomos ao Shopping Abasto. Para chegar lá, pegamos o subte, como os argentinos chamam o metrô. O Metrô de Buenos Aires é, aliás, o mais antigo da América Latina: a primeira linha foi inaugurada em 1913 (só para se ter uma ideia, a linha de metrô mais antiga do Brasil é a linha azul do metrô paulistano, que foi fundada somente em 1974). Descemos na estação Carlos Gardel, que foi o mais famoso cantor de tango argentino, e chegamos ao Abasto. O shopping foi construído onde antes se localizava o principal mercado de Buenos Aires.


Uma pequena parte do Shopping Abasto

No domingo, ainda pela madrugada, deixamos a cidade rumo a San Carlos de Bariloche, que será a segunda parte dessas minhas lembranças. Foram apenas três os dias em que fiquei em Buenos Aires, mas foram marcantes. Agora compreendo porque todo brasileiro que vai para a capital argentina volta encantado pela cidade. A arquitetura antiga, mas bem conservada e a elegância dos portenhos me faz entender porque é um pedaço da Europa na América do Sul. Claro, com seus problemas típicos de um país em desenvolvimento, mas bem longe da imagem que a imprensa brasileira tenta retratar, de uma Argentina em crise eterna e falida. Ainda voltarei.

8 de jul. de 2010

Polvo Paul, o vidente


A voz do polvo é a voz de Deus
(Foto: ATP)

Um polvo de nome Paul, de um aquário na cidade de Oberhausen, na Alemanha, tem chamado a atenção do mundo inteiro durante esta Copa do Mundo e virou celebridade. Ao contrário de Mick Jagger, que consegue a façanha de sempre torcer para quem vai perder, e de mim (fico dando palpites e erro a maioria deles, pelo menos estou melhor que o Mick Jagger, ainda bem!), o polvo Paul sempre acerta o vencedor dos jogos que a Alemanha participa. Paul já fazia previsões na Eurocopa e acertava, mas errou a final: ''previu'' vitória alemã sobre a Espanha. Entretanto, seu percentual de acerto nesta Copa está em 100%, acertou inclusive a vitória da Sérvia sobre a Alemanha na primeira fase. E no último jogo, na tarde de ontem, Paul não falhou: deu Espanha.

Para ''escolher'' o vencedor, o método é simples: são colocadas duas caixas de vidro, um com a bandeira alemã e outro com a bandeira do adversário no aquário do polvo. Dentro delas, comida, na mesma quantidade nos dois recipientes. Finalmente, Paul escolhe uma das caixas e a seleção ganha.

E, de tão famoso, ganhou um site: http://www.pulpopaul.com/ Se vocês olharem cada uma das pequenas fotos que ilustram o site e procurarem os resultados dos respectivos jogos, vão poder comprovar a eficácia do molusco.

Como Paul só faz previsões para jogos alemães, não é possível saber quem ganhará a Copa, se Holanda ou Espanha. Mas, assim que ele tiver mais uma de suas ''visões'', saberemos se a Alemanha fica ou não com a terceira posição da Copa 2010.

3 de jul. de 2010

Europa ressurge

Foi eu falar que a América do Sul dominava a Copa, e tudo mudou. Das quatro seleções sulamericanas, apenas o Uruguai passou para as seminifinais, em jogo emocionante contra Gana, que terminou empatado em 1 a 1 e decidido nos pênaltis, sob muita adrenalina. O Brasil jogou e marcou no primeiro tempo, mas desanimou e perdeu de virada da Holanda. A Argentina perdeu de 4 a 0 da Alemanha. E, por fim, o Paraguai perdeu por 1 a 0 da Espanha nesta tarde de sábado. Desta forma, assim ficam as semi-finais:

Uruguai x Holanda, dia 6, às 15h30 (horário de Brasília)
Alemanha x Espanha, dia 7, às 15h30

1 de jul. de 2010

América do Sul domina a Copa

Ainda era a fase de classificação quando as seleções sul-americanas começaram a se destacar na Copa do Mundo deste ano. No grupo A, o Uruguai empatou com a França em 0 a 0, goleou a África do Sul por 3 a 0 e venceu o México por 1 a 0. No grupo B, a Argentina, que enfrentou muitas dificuldades para conseguir o passaporte para a Copa, conseguiu três vitórias na primeira fase: 1 a 0 sobre a Nigéria, 4 a 1 em cima da Coreia do Sul e 2 a 0 contra a Grécia. No grupo F, o Paraguai empatou com a atual campeã Itália em 1 a 1, ganhou da Eslováquia por 2 a 0 e empatou com a Nova Zelândia em 0 a 0. O Brasil, no grupo G, fez 2 a 1 na Coreia do Norte, 3 a 1 na Costa do Marfim e empatou em 0 a 0 com Portugal. E, por fim, o Chile venceu Honduras e Suíça por 1 a 0 e depois perdeu por 2 a 1 para a Espanha.

Grandes campeões como Itália e França já pegavam o avião de volta para a Europa enquanto começavam as oitavas-de-final, com os cinco sul-americanos ainda presentes. O Uruguai venceu a Coreia do Sul por 2 a 1, a Argentina fez 3 a 1 contra o México, o Paraguai empatou com o Japão (e venceu na cobrança de pênaltis) e o Brasil fez 3 x 0 contra o Chile, fazendo os chilenos voltarem para casa.

Chegamos então às quartas-de-final. Quatro jogos e quatro seleções sul-americanas entre as oito seleções restantes. Os jogos dessa fase começam amanhã, e são os seguintes (sempre pelo horário de Brasília):

2 de julho:
Holanda x Brasil - 11h
Uruguai x Gana - 15h30

3 de julho
Argentina x Alemanha - 11h
Paraguai x Espanha - 15h30

25 de jun. de 2010

Oitavas de final: agora começa a Copa

Caros leitores, embora seja a segunda (e não será a última) vez que falo sobre Copa do Mundo aqui, este blog não virou esportivo. Aliás, longe disso, afinal não entendo quase nada de futebol. Mas em época de Copa do Mundo, sempre procuro assistir aos jogos, mesmo os de seleções desconhecidas e de futebol ruim. Como mero espectador, confesso estar decepcionado com os resultados. Tirando algumas poucas goleadas, são poucos os gols nas partidas, sempre 0 x 0 (vide Brasil e Portugal hoje, em jogo que deixou a desejar), 1 x 0, 1 x 1 e fica nisso. Sem falar nas zebras. França e Itália de volta para casa, enquanto a Eslováquia passando. A partir de amanhã, começa o mata-mata: as oitavas de final. E depois de duas semanas de jogos entediantes, vamos ver se agora a emoção entra em campo também. Assim serão os jogos:

26/06: Uruguai x Coreia (11h, horário de Brasília) e EUA x Gana (15h30)

27/06: Alemanha x Inglaterra (11h) e Argentina x México (15h30)

28/06: Holanda x Eslováquia (11h) e Brasil x Chile (15h30)

29/06: Paraguai x Japão (11h) e Espanha x Portugal (15h30)

Caso o Brasil passe para as quartas de final, enfrentará ou Holanda, ou Eslováquia, na sexta-feira, dia 2 de julho.

20 de jun. de 2010

Azul de outono

Já dizia o pequeno perfil que fiz aqui no blog: sou apreciador dos dias cinzentos. Entretanto, nesta época de fim de outono e durante o inverno, dias ensolarados também ficam muito bonitos. Diferentemente do azul pálido e doentio do verão, no frio o céu fica azul intenso, muito bonito. E foi isso que me inspirou, no fim de semana passado, a tirar foto do belo fim de tarde:

15 de jun. de 2010

Chegou a hora!


Quatro anos se passaram velozmente e já chega a hora de mais uma Copa do Mundo. Uma Copa diferente, no frio, na África. Embora eu não seja muito fã de futebol e nem seja patriota (longe disso, aliás), não há como não se envolver com o clima que toma conta do país nesta tarde de terça-feira. Enquanto escrevo esse post, dezenas de cornetas (que, a partir desta Copa, nunca mais terão o mesmo nome: viraram vuvuzelas) podem ser ouvidas. Faltam menos de duas horas para começar o que une o país, de norte a sul. As ruas também estão decoradas, duas fotos tiradas por mim ontem:




Se alguém ainda não sabe, o próximo jogo do Brasil é no próximo domingo, às 15h30, contra a Costa do Marfim. O jogo seguinte, último da primeira fase, é contra Portugal, na sexta, dia 25/06, às 8h30. Caso o Brasil passe para as oitavas de final sendo o primeiro do grupo (o que, mesmo não entendendo muito de futebol, creio que vá acontecer), jogará no dia 29 de junho contra o segundo colocado do grupo H (que conta com Chile, Espanha, Honduras e Suíça).

4 de jun. de 2010

Linha 4 - amarela: de primeiro mundo


A linha 4 - amarela do metrô (que na verdade é operada pela ViaQuatro, e não pela empresa Metrô, embora seja uma linha de metrô - não sei se consegui ser claro) começou a ser construída há quase seis anos, no final de 2004. A princípio, estava prevista para ser inaugurada no ano de 2008. No entanto, alguns acidentes e imprevistos acabaram atrasando a obra. O acidente mais grave ocorreu no dia 12 de janeiro de 2007, quando uma parte da estação Pinheiros desabou. A cratera que se abriu engoliu parte de uma rua, carros, micro-ônibus, compremeteu a estrutura de algumas casas e ainda custou a vida de sete pessoas.


Mas, em 25 de maio de 2010, finalmente a inauguração, e nesta fria manhã de sexta resolvi atravessar a cidade para conferir.

Por enquanto, estão em operação apenas duas estações: a Paulista (que faz ligação com a estação Consolação, da linha 2 - verde) e a estação Faria Lima. A linha está funcionando apenas de segunda a sexta, das 9h às 15h (abriu durante este feriado de Corpus Christi, excepcionalmente), em fase de testes. Por isso, para andar na linha amarela ainda não é necessário pagar passagem. Entretanto, para voltar da linha amarela para a verde é necessário pagar os R$ 2,65.




Tanto na estação Paulista, quanto na Faria Lima, a linha de bloqueios (popularmente conhecida como catracas) conta com portas de vidros, que se abrem quando o usuário precisa passar. Nas plataformas, mais portas de vidro, que se abrem apenas quando o trem para na estação e abre suas portas. Isso evita que objetos ou mesmo pessoas caiam nos trilhos. Mas, até aqui, nada de novidades, pois já essas duas coisas já existem na estação Sacomã, da linha 2 - verde (inaugurada há alguns meses). As novidades estão no trem. O sistema é driverless, ou seja, os trens não possuem operadores. Desta forma, é possível ir para a parte de frente e observar os trilhos, o que é bom para saciar a vontade daqueles que sempre quiseram andar na cabine dos operadores de trem. Além disso, é possível passar de um carro (popularmente conhecido como vagão, mas o termo ''vagão'' é utilizado para cargas) para o outro com o trem em movimento. As únicas coisas que eu não gostei muito foram a largura do trem - muito mais estreito que os das demais linhas - e a disposição das barras que servem para os usuários segurarem durante a viagem.



Até o final do ano serão inauguradas as estações Pinheiros e Butantã. Em 2011, as estações Luz e República começarão a funcionar. Interligando as linhas 1, 2 e 3 do metrô e algumas de trem, a linha 4 cria novas possibilidades de trajeto, o que contribuirá para desafogar trechos superlotados do metrô, como a estação Sé, por exemplo. E até 2014 haverá a inauguração das estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia. Portanto, quando pronta, serão 11 estações e 12,8km de extensão.